terça-feira, 28 de junho de 2011

Currículo do Ens. Fund. 9 Anos: História

História: Cultura e sociedade (1º ano)
Objetivos
- Identificar e valorizar diferentes formas de convívio social compartilhadas nas brincadeiras, nos jogos e nas festas, no presente e em diferentes tempos.
- Reconhecer mudanças e permanências nesses hábitos culturais e registrar suas relações com grupos, elementos culturais e marcadores de tempo.

Objetivos para os demais anos
2º ano
Identificar e estabelecer relações entre diferentes hábitos alimentares da comunidade e de outras localidades, tempos e culturas (sociedades indígenas, quilombolas...), em diferentes ocasiões - cotidianas e festivas.

3º ano
Identificar a relação entre manifestações culturais na sociedade brasileira (festa junina, folclore, festa da primavera ou da árvore, Natal...) e em outras culturas - indígenas e quilombolas.

4º ano
Relacionar atividades locais e acontecimentos históricos com a preservação da memória de indivíduos, grupos e classes, do período colonial ao presente.

5º ano
Relacionar as histórias pessoais e das famílias à história do local em que moram, identificando a diversidade cultural da população e valorizando as diferenças de costumes dos grupos sociais e étnicos.

Formas de avaliação - Pesquisa sobre os conhecimentos das crianças a respeito das convivências coletivas sociais e culturais e suas ideias a respeito de mudanças e permanências de algumas delas com o tempo.
- Confronto dos conhecimentos das crianças e suas hipóteses com os registros feitos no ano sobre a organização do tempo.
- Observação, registro e análise de como a criança procede nas atividades propostas.


Conteúdos
- Participação em conversa sobre as vivências sociais e culturais comuns nos grupos aos quais pertence, identificando as relações entre seus membros e suas vivências e costumes compartilhados.
- Relato de vivências próprias com jogos e brincadeiras.
- Participação em situações coletivas, sociais e culturais na escola, na família e na comunidade, com conversas a respeito das experiências.
- Apresentação supervisionada de pequenas exposições sobre eventos sociais e culturais, vividos na escola, na família e na comunidade.
- Interesse e empenho em identificar no calendário da comunidade os eventos sociais e culturais e em organizar essas vivências coletivas por meio do uso de marcadores de tempo.


Propostas de atividades
- Situações de participação em eventos sociais e culturais, na escola, na família e na comunidade, com conversas a respeito das vivências compartilhadas entre os participantes.
- Promoção de eventos sociais e culturais, como brincadeiras, jogos e festas, com conversas de valorização dessas vivências compartilhadas.
- Situações de audição de relatos sobre a história de brincadeiras, jogos e festas, da cultura das crianças e de outras culturas - distinguindo as do presente e as do passado - e identificando as relações que essas atividades estabelecem
socialmente.
- Situações de apresentação de pequenas exposições sobre eventos sociais e culturais vividos na escola, na família e na comunidade.
- Organização coletiva e registro (em textos, imagens e linha do tempo) de costumes relacionados a brincadeiras, jogos e festas de diferentes povos, culturas e épocas.
- Organização coletiva de painéis com a apresentação dos eventos sociais e culturais da escola e da comunidade.

Fonte: Matriz curricular da Secretaria Municipal de Rio Branco.

Currículo do Ens. Fund. 9 Anos: Matemática

Matemática: Números e operações (1º ano)


Objetivo
- Explorar as escritas numéricas, levantando hipóteses sobre elas - com base na observação de regularidades -, utilizando-se da linguagem oral e de registros pessoais.


Objetivos para os demais anos
2º ano
Interpretar e produzir escritas numéricas levantando hipóteses sobre elas - com base na observação de regularidades - utilizando-se da linguagem oral, de registros informais e da linguagem matemática.

3º ano
Construir o significado do número natural com base em suas diferentes funções no contexto social, observando as regras do sistema de numeração decimal.

4º ano
Ampliar o conhecimento do significado do número natural pelo seu uso em situações-problema e pela compreensão e utilização das regras do sistema de numeração decimal para leitura, escrita, comparação e ordenação de números naturais de qualquer ordem, em especial da ordem de grandeza de milhar.

5º ano
Compreender e utilizar as regras do sistema de numeração decimal, para leitura e escrita, comparação, ordenação e arredondamento de números naturais de qualquer ordem de grandeza, pelo seu uso em situações-problema e pelo reconhecimento de relações e regularidades.

Conteúdos - Escritas numéricas observando regularidades e formulando hipóteses sobre suas regras.
- Uso da sequência numérica como apoio para a comparação de números e para a produção de escritas numéricas.


Propostas de atividades - Ditado de números em que a criança vai revelando suas hipóteses sobre a escrita numérica, contando com a ajuda e a intervenção do professor para progredir em direção à escrita convencional.
- Uso da calculadora para a produção de escritas numéricas ditadas pelo professor.
- Comparação de diferentes formas de registro de um mesmo número, feito pelas crianças, e reflexão sobre essas diferenças.
- Situações em que as crianças precisem discutir como se comparam dois números com base em suas escritas, quando o número de algarismos que os compõe é diferente.
- Situações em que as crianças discutam como se comparam dois números que têm a mesma quantidade de algarismos.


Formas de avaliação - Observação, análise e registro de como a criança compara escritas numéricas e se associa a quantidade de algarismos à sua ordem de grandeza.
- Observação, análise e registro de como a criança compara escritas numéricas e como se observa que o primeiro algarismo é quem "manda".
- Identificação das características dos registros da criança.

Fonte: Matriz curricular da Secretaria Municipal de Rio Branco.

Currículo do Ens. Fund. 9 Anos: Língua Portuguesa

Língua Portuguesa: Oralidade (1º ano)


Objetivos
- Escutar ativamente uma exposição.
- Comunicar-se por meio da fala, ouvindo com atenção e adequando a linguagem à situação.
- Conversar num grupo, expressar sentimentos, ideias e opiniões.
- Relatar acontecimentos e expor o que sabe sobre os temas estudados.


Objetivos para os demais anos
2º ano
Comunicar-se por meio da fala, ouvindo com atenção e adequando a linguagem à situação; expressar sentimentos, ideias e opiniões; relatar acontecimentos e expor o que sabe sobre temas estudados; formular e responder a perguntas e intervir sem sair do assunto; explicar e compreender explicações e manifestar opiniões.


3º ano
Comunicar-se por meio da fala em diferentes situações de interlocução em que sejam manifestados sentimentos, ideias e opiniões, relatadas experiências, formulados convites e elaboradas conclusões sobre questões levantadas.

4º ano
Comunicar-se por meio da fala espontânea em diferentes situações de interlocução em que sejam manifestados sentimentos, ideias e opiniões; relatadas experiências; formulados convites; negociados acordos; e elaboradas conclusões sobre questões levantadas em discussões.

5º ano
Comunicar-se por meio da fala em diferentes situações de interlocução em que sejam manifestados sentimentos, ideias e opiniões; relatadas experiências; apresentados argumentos; desenvolvidas reflexões críticas; negociados acordos; e elaboradas conclusões sobre questões suscitadas por fontes de informação.

Conteúdos
- Escuta ativa de uma exposição.
- Conversar com os colegas.
- Participação em situações de intercâmbio oral em que é preciso relatar acontecimentos e expor aspectos de temas estudados.
- Disponibilidade para manifestar sentimentos, ideias e opiniões e ouvir manifestações nesse sentido.
- Conversa sobre assuntos relacionados a vivências cotidianas.
- Adequação da fala ao conhecimento prévio dos ouvintes.


Propostas de atividades - Situações de comunicação com colegas de classe e adultos.
- Rodas de conversa sobre temas cotidianos: brincadeiras e passeios preferidos, relação com irmãos e histórias prediletas.
- Rodas de conversa em que se tenha de manifestar opiniões sobre um livro ou um fato veiculado pela mídia, por exemplo.
- Situações em que se possa compartilhar sentimentos, por exemplo, sobre fatos ocorridos na escola, na família e no bairro.
- Situações em que seja necessário compartilhar ideias para resolver um problema, definir o destino de produções orais ou escritas, resolver um conflito etc.
- Apresentação de pequenas exposições sobre temas estudados em outras áreas de conhecimento.


Formas de avaliação - Observação e registro de como a criança procede nas atividades propostas.
- Análise do registro das anotações sobre como ela produz textos oralmente em diferentes situações cotidianas, comparando-as para verificar a evolução.

Fonte: Matriz curricular da Secretaria Municipal de Rio Branco.

Retirado de:

Currículo do Ens. Fund. 9 Anos: Ciências Naturais

Ciências naturais: Corpo humano e saúde (1º ano)

Objetivos
- Demonstrar curiosidade e conhecimentos prévios ou construídos para participar da investigação de temas ou problemas de interesse científico e cultural acerca do corpo humano e da saúde.

Objetivos para os demais anos 2º ano

Investigar temas ou problemas de interesse científico e cultural acerca do corpo humano e da saúde, distinguindo hábitos saudáveis de alimentação e sono.

3º ano

Investigar temas ou problemas de interesse científico e cultural acerca do corpo humano e da saúde - reconhecendo os diferentes fatores que compõem a saúde individual -, das transformações do corpo e do comportamento humano, em diferentes fases da vida.

4º ano

Investigar as funções de nutrição do corpo humano, reconhecendo propriedades dos alimentos e princípios da alimentação saudável.

5º ano

Investigar e valorizar conhecimentos sobre a natureza e as tecnologias
da atualidade, ou de outros lugares e tempos, compreendendo a extensa presença da ciência e da tecnologia nos dias atuais.

Conteúdos

- Observação de aspectos do corpo e das atitudes do ser humano, valorizando o respeito aos indivíduos e às culturas.
- Estabelecimento de valorização e de relações de hábitos de higiene pessoal e ambiental com a saúde pessoal e coletiva.
- Comparação entre seres humanos e outros animais quanto à necessidade de comida, remoção de sujeira e níveis de temperatura.

Propostas de atividades
- Situações frequentes de higiene pessoal das mãos e dos dentes, acompanhadas de conversas sobre a importância de afastar os micro-organismos e as doenças, junto com sujeira e resíduos.
- Situações frequentes de organização e limpeza do ambiente da sala de aula
ou outro espaço escolar, acompanhada de conversa sobre a importância de afastar os micro-organismos e as doenças, junto com sujeira e resíduos, e manter a beleza do lugar.
- Situações de conversa sobre atividades culturais em que se discutem também as características físicas das pessoas envolvidas para observar e valorizar a diversidade cultural e física das pessoas (em integração com História).
- Atividades com músicas com o nome de partes do corpo para apontá-las.

Formas de avaliação
- Observação, registro e análise sobre aquisição de hábitos de higiene pessoal e ambiental.


Fonte: Matriz curricular da Secretaria Municipal de Rio Branco.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Alfabeto: jogos, brinquedos e brincadeiras

Jogos, Brinquedos e Brincadeiras com o Alfabeto

           Ensinar através de jogos é muito gostoso e quando o assunto é o ensino do alfabeto isso pode ficar muito mais significativo. O professor pode criar atividades diferenciadas, propor situações inusitadas e propiciar a reflexão por meio destas atividades prazerosas.
           Existem diferentes possibilidades, no post O Alfabeto no 1º Ano citamos o Alfabeto Móvel, além dele o professor pode trabalhar com literatura infanto-juvenil e criar:
           - dominó do alfabeto;
           - joda da memória do alfabeto;
           - trilha do alfabeto;
           - brincadeiras cantadas e faladas;
           - pescaria;
           - jogos de movimento;
           - roleta do alfabeto.

           Todas essas atividades contribuem para a aprendizagem das letras e permitem inúmeras variações em sua constituição e aplicação. Ao pensar na construção de jogos, brinquedos e brincadeiras o professor pode construir um planejamento com atividades permanentes e sequências dídáticas  para um ano todo. A repetição deste é importante na Educação Infantil e dá segurança aos pequeninos.
           No concreto ou no virtual quando bem planejada todas essas possibilidades permitem que a criança ao integrar entendam a função social das letras e reconheça nelas as práticas do seu dia-a-dia. Por isso, conte histórias que falam das letras, leia muito para seus alunos. Chame a atenção deles para locais, coisas e objetos com escritas alfabéticas. Apresente o nome próprio dos alunos da turma e o seu... Compare, analise e apresente textos, palavras e letras aos seus alunos.

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Pescando Letras
Foto: Guia da Pesca - Maricá

           É unânime entre os adultos o amor que as crianças tem pela brincadeira da Pescaria. E por que não aproveitar tal paixão para ensiná-los?
           A Pescaria do Alfabeto é fácil de fazer, promove diferentes possibilidades de intervenção e contribui para a reflexão crítica sobre a escrita quando bem aplicada.
           Uma sugestão é que se faça 26 (vinte e seis) peixes em EVA, de cores diferentes, e que se escreva em cada um deles uma letra.

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ROLETA DO ALFABETO
Material: Roleta confeccionada de cartolina e colchete latonado (bailarina). Na roleta deverá ter todas as letras do alfabeto. Papel ofício.

Finalidade: Escrever e desenhar nomes e coisas que iniciam com as letras do alfabeto.



Número de participantes: toda turma ou em grupos.


Regras:
  • Dobrar um papel ofício 3 vezes, desdobrar e pontilhar nas marcas das dobras.
  • Dar um "peteleco"no ponteiro da roleta, fazendo-o girar.
  • Escrever em um dos quadros formados com os pontilhados, a letra que o ponteiro parou na roleta.
  • Desenhar e escrever nomes e coisas que iniciam com esta letra.
  • Girar o ponteiro novamente, até completar todos os quadros.
Roleta do Alfabeto. 25. fev. 2008. Disponível em: http://tialucimar.blogspot.com/2008/02/roleta-do-alfabeto.html.

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O Alfabeto no 1º Ano

Ferramenta indispensável nas salas de séries iniciais, o alfabeto ajuda as crianças a tirar dúvidas sobre a grafia das letras com autonomia


          Quando li o artigo O alfabeto não pode faltar  da Revista Nova Escola, revi meus conceitos e percebi que mesmo que impiricamente havia coerência em meu trabalho no que diz respeito ao ensino do alfabeto. Desde que cursei pedagogia não via muito sentido em deixar a criança horas e horas pintando ou enfeitando letras sem informá-las para que elas realmente serviam. O simples treino do traçado não me chamava a atenção e imagina às crianças pequenas?
          E, foi assim que iniciei uma busca contínua sobre atividades que realmente dessem condições da criança entender a importância do alfabeto em seu cotidiano. Primeiramente coloquei como postura didática pessoal contextualizar as letras para então propor atividades com elas. Qual não foi a minha decepção. A maioria dos materias impressos que encontrei na época só traziam o aspecto gráfico a ser trabalhado. Mas, com um pouco de paciência encontrei na literatura infanto-juvenil diversos títulos que tratavam o assunto com muita propriedade; e hoje esses são distribuídos gratuitamente para as escolas públicas pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), do Ministério da Educação (MEC).
          Nesta caminhada obtive grandes avanços ao deixar de lado práticas arraigadas e arriscar um novo olhar sobre o tema. Descobri que não é preciso ensinar os aspectos técnicos primeiro para depois ensinar como e onde se usa o alfabeto.
          Entendi que "[...] O alfabeto da classe é um companheiro permanente para quem ensaia os primeiros passos no universo da escrita". (RATIER, 2009, p. 1. Grifo Nosso.) Por isso, ele deve ser visto como material de apoio; se fazer presente desde o início do ano letivo, servir de material de consulta para quando os alunos não souberem grafar as letras e demais situações de escrita. Ainda segundo o referido autor:
Não espanta o consenso de que um alfabeto, organizado em cartazes ou painéis de tamanho razoável, deve estar presente em toda - sim, em toda - sala de alfabetização inicial. Afinal, ele é um precioso instrumento de consulta para as situações de escrita, uma das quatro situações didáticas mais importantes nesse processo (as outras três são a leitura pelo professor, a leitura pelo aluno e a produção oral com destino escrito, quando o professor atua como escriba). Se você leciona para pré-escola, 1º ou 2º ano, precisa dominar essas práticas. (2009, p. 1. Grifo Nosso.)
          Além do 1º Ano, sua presença é imprescindível em todas as outras salas dos anos iniciais do Ensino Fundamental, e sua construção e disposição requerem atenção. Quando bem construído possibilita que a sala de aula se torne num ambiente alfabetizador e ao ser colocado em lugar que a criança alcance permite autonomia e possibilidade de aprendizagem pelo toque. E,
Para que o alfabeto realmente ajude na compreensão do funcionamento da escrita, é preciso saber usá-lo. Isoladamente, ele não é nada além de uma lista de letras. Apenas mandar a garotada ler a sequência de A a Z não faz ninguém avançar na alfabetização. "Memorizar a ordem das letras é importante, mas esse saber deve ser acionado pelas crianças durante atividades de reflexão sobre a escrita", afirma Clélia Cortez, formadora do Instituto Avisa Lá, em São Paulo.

          Entender sua importância numa sociedade letrada é o que possibilita que a criança o enxerge-o em seu cotidiano e o signifique. Ao atribuir-lhe função social o professor torna o ensino interessante para ela. Porém é preciso lembrar que além da função e práticas sociais o aluno precisa ser informado a respeito dos aspectos técnicos das letras. Telma Weiz relata uma experiência muito interessante, que teve com uma garota repetente, sobre este tipo de informação:
Há muitos anos, em um trabalho de pesquisa, observei uma menina que estava repetindo a 1ª série havia cinco anos. A professora, naquele dia, apresentava à classe o alfabeto (para aquela aluna, pela primeira vez). A garota teve uma crise descontrolada de choro e, quando se acalmou, disse eu sempre saio da escola no meio do ano porque não consigo aprender as letras. Mas eu não sabia que eram tão poucas. Se eu soubesse, não teria ficado tanto tempo aqui até aprender. É uma informação simples, mas se não é dita, como ela vai saber? (apud ANDRADE, 2009)
          Apresentar o alfabeto inteiro aos alunos é uma forma de evitar que tal situação ocorra. Oportunizar-lhes o manuseio e o contato visual lhe dará segurança na hora de participar das atividades de escrita convencional. Ele deve ser afixado na parede em ordem, já que no cotidiano quando se trata de todas as letras juntas é assim que sempre elas são apresentas.
          Abro um parêntese, aqui, para dizer que o professor precisa dominar muito bem a grafia do alfabeto, sua ordem e suas formas de representação.
          E, assim transcrevo abaixo parte da reportagem citada no primeiro parágrafo, a qual nos ensina a construir um alfabeto para ser exposto na parede da sala de aula de alfabetização.
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O alfabeto deve ter letras de imprensa, sem decorações
Fonte: Nova Escola

Atenção, porém, antes de produzir o alfabeto da classe. Ainda são muito comuns os modelos que trazem as letras de A a Z decoradas, com figuras cuja inicial é a letra em questão. Assim, o B, por exemplo, vem adornado por uma asa de borboleta, com um contorno que se mistura ao da letra. Não é o ideal, pois a associação com desenhos confunde a criança. "Nessa fase inicial de aprendizado, ela imita a escrita e ainda não consegue determinar com clareza o que é central e o que é periférico, o que realmente faz parte da letra e o que é somente um enfeite. Por isso, qualquer elemento supérfluo acaba sendo reproduzido", argumenta Regina Scarpa, coordenadora pedagógica de NOVA ESCOLA. O melhor é que o alfabeto seja composto de letras de imprensa maiúsculas, de contornos mais limpos e claramente identificáveis quando reunidos em palavras.

Depois que os pequenos já entenderam o que a escrita representa e como ela se organiza, aí, sim, você deve mostrar outros tipos de letra, como a de imprensa minúscula (o que vai ampliar a compreensão de livros, jornais, revistas e outros materiais impressos) e a cursiva maiúscula e minúscula (facilitando o contato com notas e bilhetes manuscritos e produções escolares). Novamente, essa etapa também pode se beneficiar da colaboração de um alfabeto pendurado na parede - dessa vez, um modelo um pouco mais sofisticado, com a letra maiúscula em destaque e os outros quatro tipos correspondentes logo abaixo.

Fonte:  RATIER, Rodrigo. O alfabeto deve ter letras de imprensa, sem decorações. In: O Alfabeto não Pode Faltar. Nova Escola. mar. 2009. p. 3. Disponível em:  http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/alfabetizacao-inicial/ele-nao-pode-faltar-427752.shtml?page=2
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Alfabeto Móvel
          Entre as várias possibilidades de trabalho com o alfabeto algumas se destacam e estas devem fazer parte das atividades permamentes do 1º Ano. Dentre elas, já foi citada o uso do alfabeto de parede e agora sugiro o Alfabeto Móvel; material permanente que pode ser construído pelo professor ou adquirido pelos pais ou pela escola. O interessante é que cada criança tenha um para manusear e que o professor construa alguns para serem usados coletivamente.
          Por ser um recurso muito importante para o início da alfabetização, ele pode ser confeccionado em: papel, EVA, madeira ou plástico. O importante é traçar objetivos para o seu uso. As crianças geralmente gostam muito de manusear as letras, testam a posição delas e se divertem quando descobrem que estas fazem parte do seu nome próprio e de seu cotidiano. Neste momento se identificam com elas e atribue-lhes significado. Ele permite que a criança aprenda o seu próprio nome, a grafia das letras, escreva seu nome e dos colegas, palavras de seu contexto de escrita, que descubram novas palavras e componham as já conhecidas pela classe.

          No site da Escola José Pasqualini, há um relato interessante de uma proposta de trabalho para o alfabeto, intitulada: Conhecendo o Alfabeto 1º Ano. Disponível em: http://josepasqualini.blogspot.com/2011/06/conhecendo-o-alfabeto-1-ano.html.

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Para saber mais, leia:

SOUZA, Aline Christiane Oliveira. O Alfabeto na Educação Infantil. 04. jun. 2011. Disponível em: http://nomundodainfancia.blogspot.com/2011_06_04_archive.html


Referência:
Rodrigo Ratier. O alfabeto não pode faltar. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/alfabetizacao-inicial/ele-nao-pode-faltar-427752.shtml.

ANDRADE, Luiza. Entrevista com Telma Weisz sobre alfabetização inicial. Nova Escola. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/alfabetizacao-inicial/aposte-alto-capacidade-alunos-429248.shtml.

KAUFMAN, Ana Maria. Entrevista com Ana Maria Kaufman sobre alfabetização. mar. 2009. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/alfabetizacao-inicial/aluno-precisa-refletir-431189.shtml.

domingo, 26 de junho de 2011

O Currículo no 1º Ano

         Pensar o currículo do 1º Ano do Ensino Fundamental (EF) de 09 anos é algo imprescindível para qualquer escola ao ingressar neste novo sistema, porém não é o que tem sido visto na prática.
         É preciso repensar os princípios, o que se deseja fazer com aquela criança que só tem 06 anos, mas participará do Ensino Fundamental. Uma vez que ela tem suas características, precisa que o local seja adaptado às suas necessidades; e outrora estaria na Educação Infantil onde imperam o cuidar, o educar e o brincar, sendo este último o que orienta as práticas a serem desenvolvidas.
         As especificidades destes pequenos não podem ser delegadas a segundo plano. Elas são o que farão com que a criança de 6 anos seja atendida em sua plenitude. Contudo, o apressamento da implantação deste novo sistema não permitiu a sua reorganização por inteiro, ou seja, num todo. E o pensar sobre a real função do 1º Ano não existiu. Vale agora, enquanto educadores, nos colocarmos a disposição para refletirmos sobre as implicações da nova criança que fará, digo, faz parte do sistema formal obrigatório de ensino. Buscarmos propostas que realmente as levem ao letramento "[...] aos comportamentos leitores, de ter prazer com a língua, de pensar (RIZEK, 2009)" e não focando somente na aquisição do código.
         Ainda segundo Karina Rizek "[...] tentar mudar, não o currículo apenas, mas o olhar de para se entender melhor quem é esta criança, desta faixa etária, que características ela tem." Fugindo da criança da literatura e buscando a criança sujeito de direito.
         Para instigar mais a referida questão, sugiro que vejam primeiramente o vídeo: Ensino Fundamental de 9 ano, um podcats com as formadoras Karina Rizek, da Escola de Educadores e Beatriz Ferraz, do Cedac, em que a primeira fala sobre a análise que ela e Beatriz fizeram da analise de 15 matrículas curriculares de língua Portuguesa e Matemática para o 1º Ano.

Ensino Fundamental de 9 anos

         Karina Rizek ao falar da análise das 15 matrizes curriculares para o 1º ano do Ensino Fundamental de 9 anos feitas por ela e Beatriz Ferraz, demonstram um panorama de antecipação da realidade da antiga 1ª Série para o 1º Ano, trazem aspectos muito além da capacidade das crianças; focam na aquisição do código e deixam de lado as perspectivas do letramento, sendo que estes pontos é que deveriam ser a preocupação deste ano inicial do EF.
         Os objetivos e conteúdos não contemplam a criança de direito, aquela que tem características específicas, e tão pouco os comportamentos de leitores. Diz que a maioria das propostas curriculares analisadas não contemplam tal criança e apresentam as propostas de Rio Branco-AC, São Luís-MA e São Paulo-SP como as que mais se preocupam com esta; vão além de uma simples grade curricular, trazem módulos, livros de professor, sugestão de atividades, discussão de como se constrói uma rotina e de como se organiza o tempo, e de quem é essa criança, ou seja, buscam coisas importantes da Educação infantil para este novo início de alfabetização.
         E, assim fica evidente que a transposição do sistema de 08 para 09 anos não deveria ter sido de forma aligeirada. Deveriam ter existidos discussões em contextos e que estas teriam que ter sido feitas com todos os educadores, já que a mudança não afeta somente o 1º Ano, início da alfabetização.
         Rizek, fala que as possíveis falhas vão desde a criação da lei até sua implantação em 2010. Rememora que é preciso pensar a mesma questão que aconteceu com o Ensino Fundamental, na LDB de 1996. Diz que os sistemas deveriam ter aproveitado o prazo de 5 anos para se pensar nesta mudança e depois fazê-la, mas que isto não aconteceu. Que era preciso de equipe quantitativa e qualitativa, mas que nós não temos no Brasil. As propostas não deveriam ter vindo de cima para baixo e que as equipes pedagógicas deveriam promover tais discussões, pois o que precisava ser reorganizado não era somente o currículo do 1º Ano, mas tudo; todo o sistema de 9 anos.
         Segundo Amélia Hanze "No do Ensino Fundamental de 09 anos, o objetivo é assegurar a todas as crianças um tempo maior de convívio escolar, maiores oportunidades de aprender e, com isso, uma aprendizagem com mais qualidade".
         Registramos tais falas pela importância que elas tem. Inserir uma criança aos 06 anos no Ensino Fundamental exige muita cautela. Necessita de um olhar direcionado as suas especificidades, a fase do desenvolvimento em que ela se encontro. O entendimento precisa perpassar pelas suas necessidade enquanto sujeito em crescimento. As propostas curriculares devem se debruçar sobre conteúdos e objetivos que a contemplem. As práticas devem ter clarezas que o 1º Ano não é uma antecipação das práticas da antiga 1ª Série tão pouco um recorte da última etapa da Educação Infantil (em alguns estados denominadas de "classes de alfabetização").
         As atividades precisam ser propostas tendo como pano de fundo o Alfabetizar Letrando. O planejamento precisa ser realizado entendendo que alfabetização no contexto atual é um processo. Por isso, os planos do 1º ao 3º Ano do Ensino Fundamental devem ser coesos, construídos a seis mãos*. Deve-se haver uma continuidade entre o que se faz no 1º até o 3º Ano; o trabalho precisa ser realizado de forma continua. As atividades precisam falar entre si.

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* desculpe-me o uso da expressão: a seis mãos, mas ela sempre me remete ao ensino de piano e, para mim, esta é uma atividade que precisa de muita afinidade para ser realizada.
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Para saber mais, leia as propostas curriculares de Rio Branco, São Luís e São Paulo:

Orientações Para o Ensino de Língua Portuguesa e Matemática no Ciclo Inicial. Rio Branco-AC, 2008. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/ensino-fundamental/matriz_acre_riobranco.pdf.

Caderno do 1º Ciclo: ensino fundamental. São Luís-MA, 2009. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/ensino-fundamental/matriz_sao_luis.pdf.

Versão preliminar para apreciação da rede pública estadual: 1º Ano do Ciclo I - Ensino Fundamental - expectativas de aprendizagem. São Paulo: 2008. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/ensino-fundamental/matriz_curricular_SP_introd.pdf.

Proposta: disciplinas. São Paulo: 2008. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/ensino-fundamental/matriz_curricular_SP_disciplinas.pdf.

Para saber mais, leia:
SOARES, MAGDA. Alfabetização e Letramento: caminhos e descaminhos. Disponível em:  http://pt.scribd.com/doc/18892732/Artigo-Alfabetizacao-e-Letramento-Magda-Soares1.

Referências:
HANZE, Amélia. As Legislações do Ensino Fundamental de Nove Anos. Disponível em:  http://educador.brasilescola.com/politica-educacional/ensino-fundamental-de-nove-anos.htm.

sábado, 25 de junho de 2011

Rotina na sala de 1º ano: como planejar?

O ambiente em que os pequenos vão estudar e brincar e as atividades propostas devem lembrar os momentos proporcionados pela Educação Infantil
(Arthur Guimarães e Bianca Bibiano)


Fonte: Nova Escola

            Promover a transição do Ensino Fundamental de 08 para 09 anos requer um olhar apurado de todos os profissionais da educação. Essa é uma atividade que nos chama à reflexão, em especial, acerca do que se fará no 1º Ano. Quais os conteúdos serão destinados a ele? Quais as técnicas e procedimentos adequadas para a criança de 06 anos? Assim, fica claro que a Rotina para este momento não poderá ser a mesma da última etapa da educação infantil, nem tão pouco a reproduzação do que acontecia na 1ª série.
            É preciso um olhar diferenciado, que realmente contemple a criança que será inserida neste novo contexto. Uma roupagem certa para este momento é o que fará com que haja uma Educação Infantil de qualidade.
          Por isso, transcrevo abaixo a reportagem de Arthur Guimarães e Bianca Bibiano, publicada na revista Nova Escola, que discute o planejamento da rotina na sala de 1º Ano do Ensino Fundamental e propõe um novo olhar para a organização deste. Registro que os grifos são nosso, com o propósito do leitor se atentar aos detalhes de cada fala.
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Como planejar a rotina na sala de 1º ano

A receita para receber bem a turma de 6 anos e levá-la a avançar na aprendizagem envolve um caminho híbrido entre o mundo do Ensino Fundamental e a prática da pré-escola. "A migração dessas crianças não pode significar que elas deixem de brincar para estudar como os mais velhos. A escola não precisa ter um cotidiano sério para ter qualidade. Brincar é um direito delas", argumenta Ângela Borba, da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Isso não significa que a alfabetização deva ser deixada de lado. Ela precisa ter a roupagem certa. "Lemos e escrevemos para conhecer mais sobre o mundo e também para participar das práticas sociais e culturais, e não para preencher lacunas de exercícios didáticos", diz a especialista. Esse mesmo princípio tem de guiar as
atividades propostas em todas as disciplinas: fazer sentido para as crianças, assim como fazem na vida.

Para aprender sobre o mundo, os estudantes precisam se movimentar e interagir uns com os outros e com os objetos do conhecimento - proporcionado pela rotina. "As salas ideais valorizam as ações dos pequenos, suas expressões, a imaginação, as falas e as produções (veja o infográfico [acima]). Para isso, o mobiliário tem de proporcionar flexibilidade. Por fim, é preciso deixar à disposição da turma todos os materiais que permitam variadas possibilidades de expressão - verbal, gráfica e plástica.

Fonte: Como planejar a rotina na sala de 1º ano. Nova Escola. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/planejamento-e-avaliacao/planejamento/sala-1o-ano-496541.shtml.
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Para saber mais, leia:
RAPOPORT, Andrea. A Criança de 6 Anos no Ensino Fundamental. Ed. Mediação.

OLIVEIRA, Zilma. Educação Infantil: Fundamentos e Métodos. Cortez.GALVÃO, Izabel. Henri Wallon: Uma Concepção Dialética do Desenvolvimento Infantil. Vozes, 136 págs.

Ensino Fundamental de Nove Anos: orientações gerais. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/noveanorienger.pdf.

O Blog - 1º Ano: alfabetização como processo

           Há algum tempo entendo que educar é um processo. Na escola muitas vezes a segmentação - que poderia ser somente para atender a estrutura organizacional - acaba por imperar nas salas de aula. Um grande problemática que tenho visto (nas diversas escolas que supervisionei) é o fato da alfabetização ser entendida como algo que inicia-se na 1ª Série e finda-se no final deste mesmo ano letivo.
           Não tenho visto ai grandes avanços, já que o tempo de cada criança não é respeitado, nem tão poucos os estudos sobre esta e como ela se desenvolve trazidos para a prática efetiva de alfabetização.
           Então, resolvi construir este blog, para ajudar as minhas colegas que tanto lutam para os seus alunos aprenderem. Não tenho nenhuma pretensão que este se torne num estudo científico, mas sim um local onde se possa apresentar e discutir o que vem a ser o primeiro ano do ensino fundamental de 09 anos, seus objetivos e suas metas; e a alfabetização enquanto processo. Assim, como compartilhar experiências e atividades significativas para a aprendizagem e alfabetização dos alunos de 06 anos.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Escola é... Lugar de Trabalho do Desenvolvimento Intelecual

          São 00:45 em Ariquemes-RO, início da madrugada de sábado (25/06/2011), acordei de um curto sono no sofá. Ouvi na Televisão (que ficara ligada) uma fala sobre as mudanças do Ensino Fundamental de 09 anos, e mesmo cochilando chamou-me a atenção a expressão: Lugar do trabalho do desenvolvimento intelectual. Mas, o que vem a ser isso no contexto escolar?
          Meio sonolenta percebi que se falava do "novo Ensino Fundamental" das divergências entre os conteúdos e procedimentos para o "novo" 1º ano e no discorrer do pensamento a professora entrevistada disse que não podíamos delegar a família o que é função da escola, ou seja, atribuir a família atividades específicas ao existir escolar.
          Agora não tenho condições de responder o que seria tal expressão, mas digo-vos que ao pensar em como estruturar este novo Ensino Fundamental, para esta nova criança que está chegando (de 06 anos de idade), percebi que não posso deixar de escrever para esta, já que há tempos venho me angustiando com tal mudança e os equívocos que percebo na organização das escolas.
         
          E assim, inicio este blog que falará sobre a temática Alfabetização como Processo, em consonância com o Ensino Fundamental de 09 anos.